A Covid-19 foi, para Micael Conceição, o “empurrão” que precisava para tirar uma ideia que há muito tempo estava guardada na gaveta. Em 2020, abriu finalmente o M2 Training Studio, um espaço que conjuga o exercício físico com o treino personalizado e que inclui agora também a vertente de fisioterapia, reunindo já algumas dezenas de fiéis entusiastas.
Jogador de futebol há vários anos, Micael Conceição viu a Covid-19 “roubar-lhe” a atividade e obrigá-lo a encontrar uma alternativa. O que se afigurou como um contratempo foi, na verdade, o que precisava para resgatar uma ideia que estava adormecida. “Uma chama de seu nome Covid-19 que para muita gente foi má, mas à qual eu tenho de dar graças porque foi o empurrão que me faltava para seguir em frente com as minhas ideias. Quando a pandemia afetou o futebol, comecei a pensar na vida. Já tinha a ideia do negócio, mas não estava a pensar concretizá-la agora, era para daqui a alguns anos quando deixasse o futebol”, conta Micael Conceição, que rapidamente pôs mãos à obra, utilizando a sua “paixão pelo desporto e estudos da faculdade” e se empenhou em “fazer algo diferente”.
O primeiro passo foi recorrer à ALPE para perceber “que ajudas existiam” a nível de financiamento. Algumas sessões com a técnica que o acompanhou trouxeram-lhe novos contactos na área e um ponto de partida para começar.
Conseguiu apoio estatal e do banco ao qual se associou para avançar, já tendo assegurado o espaço. “As ideias depois foram surgindo e neste momento tenho quase tudo em que pensei”, afirma. O M2 Training Studio, localizado na fronteira Lamas-Rio Meão, abriu portas com toda a força em Setembro de 2020, contando hoje já com mais de 40 fiéis desportistas. “Juntei dois conceitos num só e estou agora a adicionar um terceiro. Trata-se de um estúdio de treino personalizado, de âmbito individual ou para grupos pequenos, que tem também um espaço para o futebol e agora estou a entrar no ramo da fisioterapia”, explica.
Sobre a jornada no empreendedorismo, nem tudo foi fácil, “o material demorou a chegar, as obras atrasaram… Queria abrir em Março mas só consegui em Setembro”, confessa. Contratempos naturais em qualquer negócio que Micael Conceição teve de aprender a gerir. “Não estava habituado a lidar com contas, não sabia quanto dinheiro tinha de investir, pequenas coisas todas juntas fazem uma soma muito grande… E depois a pandemia que não ajudou”, conta, salientando a difícil “gestão do tempo e dinheiro.
Felizmente, tive ajuda de algumas pessoas mais experientes nesta área para saber lidar com funcionários ao meu encargo, contas para pagar e os próprios clientes, além de todo o mundo digital, das redes sociais, ao qual eu não estava habituado. Tive de mudar o meu mindset”, diz. Como conselhos para futuros empreendedores deixa apenas um: “Seguir em frente. Hoje tenho um trabalho seguro, não estou dependente de outros, apenas de mim próprio, do meu investimento”, refere.