Daniela Valdetaro
“A terapia ayurveda é uma forma integral de cuidar do ser humano”
Daniela Valdetaro tem uma larga experiência enquanto empresária e empreendedora. Proprietária da sua própria clínica de bem-estar no Brasil, começou como dentista, mas foi um burnout que a levou à terapia ayurveda. A premissa de cuidar da pessoa no seu todo apaixonou-a e, uma mudança de país e de cidade depois, tem trabalhado nesta área e recebido gratificantes feedbacks de quem sai das suas mãos renovado.
Seguindo as pisadas do avô, Daniela Valdetaro formou-se como médica dentista e trabalhou 23 anos na área, primeiro no Exército e depois gerindo a sua própria clínica em Niterói, no Brasil. “Gosto de cuidar de pessoas e a saúde começa pela boca, começa com os alimentos, embora eu sempre tenha sentido que havia algo mais”, confessa. Com cinco funcionários a seu cargo e um negócio próspero na área da beleza e bem-estar, um burnout obrigou-a a procurar novas formas de cuidar de si mesma. “Fiz yoga, meditação, acupunctura e uma amiga introduziu-me no ayurveda. Fez-me tão bem, fiquei tão encantada que quis começar a fazer o mesmo bem para os outros”, diz, frisando que “ia ao encontro de tudo aquilo em que acreditava. A medicina integrativa ayurveda vê tudo – a alimentação, o estilo de vida, a atividade física, o funcionamento do intestino, o sono, o mental, a digestão – investiga profundamente a pessoa para descobrir a causa da doença, porque não adianta dar apenas um remédio. A ayurveda procura o equilíbrio”, explica.
Um trabalho de que gosta muito porque “é uma forma integral de ajudar o ser humano, uma forma mais completa, restaura o equilíbrio e a saúde do indivíduo porque olha-o totalmente”. Fez formação na área em 2013 e quando acabou o curso em 2016 começou a trabalhar novamente por contra própria, na sua clínica, mas deixando de lado a odontologia e dedicando-se em exclusivo à terapia ayurveda. “Comecei a trabalhar no meu espaço no Brasil e a aceitação foi muito boa, tratei médicos, tratei pessoas com doenças mais sérias, como a Esclerose Múltipla, que, embora não tenha cura, com a ayurveda conseguem ter uma maior qualidade de vida”, revela Daniela Valdetaro, salientando que “a parte preventiva da ayurveda é sensacional. Com uma boa rotina e um estilo de vida saudável, a pessoa anda bem”. A verdade é que o feedback dos seus pacientes foi sempre muito positivo. “As pessoas que eu tratava ficavam muito satisfeitas”, refere.
Em 2017, mudou-se para Portugal e o trabalho não parou. “Morei em Proença-a-Nova durante quase quatro anos. Quando vi a aceitação num local que tem 8 mil habitantes, soube que estava no caminho certo”, comenta. Já foi palestrante em vários congressos internacionais da área, como terapeuta convidada, e mudou-se agora para Santa Maria da Feira em busca de uma cidade “não muito grande e com uma boa qualidade de vida”. A trabalhar agora em parceria com a clínica Finesse, onde tem um consultório, agradece à ALPE a orientação neste “começar de novo” num lugar diferente. “Queria fazer o que gosto cá e a ALPE ajudou bastante neste processo de me estabelecer e proporcionou-me um grande apoio ao nível do Marketing também, que eu não domino”, adianta. Os clientes que têm experimentado a ayurveda “voltam e recomendam a outros. Recebi uns pacientes que moram na Suíça e já queriam levar-me para lá”, diz, rindo.
Sobre trabalhar por contra própria, Daniela Valdetaro aponta como principais dificuldades estar tudo concentrado numa só pessoa. “Você é o seu próprio guia, você é tudo, tem de pensar em estratégia, em marketing, tem de se automotivar diariamente, captar clientes, perceber o mercado, não é para qualquer um. É muito desafiante, não é fácil, tem dias em que não estou tão animada, mas a verdade é que gosto muito mais de trabalhar por conta própria”, compara. Já a parte mais gratificante é mesmo “fazer o que gosta e ver que as pessoas se sentem bem”, além de “gerir o próprio horário e ter uma maior liberdade”. Como conselhos para futuros empreendedores, sugere que a pessoa faça um estudo a fundo sobre o mercado e os concorrentes e “peça ajuda se não sabe. Achei o trabalho da ALPE sensacional, eles realmente tratam-nos como seres humanos, sou fã, ajudam-nos a entender o negócio. E só assim, entendendo o negócio, que se está preparado para as dificuldades. Fazendo um plano de negócios, estudos do mercado, conhecendo outros empresários e vendo como é a vida deles. Há pessoas que nasceram para ser funcionários e não empresários”, comenta.