*Cláudio Leão é o responsável pelo estúdio criativo Camaleão, localizado no centro de Santa Maria da Feira. Conta um pouco sobre o início difícil do projeto, quando esteve sete meses parado com empresa aberta à espera que entrasse o dinheiro do financiamento, e diz que foi aumentando o leque de serviços disponíveis para não ter intermediários no processo de criação e para que a empresa pudesse continuar a crescer. *
Um designer gráfico que trabalhava sobretudo em regime freelancer e que para alavancar os seus rendimentos e encontrar alguma estabilidade quis criar o próprio emprego. Assim, em 2017, Cláudio Leão procura a ALPE para o auxiliar na candidatura ao apoio do Instituto de Emprego e Formação Profissional. Abriu empresa em outubro, mas só em maio abriu portas ao público, naquele que foi um início “muito difícil. “Obrigaram-me a abrir empresa em outubro, mas depois estive aqueles meses todos, a pagar impostos, sem poder avançar e abrir ao público, porque o financiamento demorou. As burocracias complicaram tudo e tivemos de esperar até maio do ano seguinte para ter a loja pronta e fazer publicidade à mesma”, lembra.
Começaram com design gráfico e marketing digital, mas depressa o leque de serviços oferecidos foi aumentando, incluindo agora também fotografia de produto e de arquitectura e, mais recentemente, a impressão. “Antes, criava a imagem para as empresas e tinha de ir buscar fora a produção para aplicar; e agora faço tudo internamente, o processo completo, desde a elaboração, à impressão e colocação. E também temos lojas on-line”, enumera. Foi o aumento de clientes e o desejo de crescimento contínuo que o fizeram tomar esta decisão. “Temos vindo sempre a crescer, estive sempre a produzir, mas com cada vez mais clientes percebi que tinha de investir na impressão para não depender de outras empresas e, claro, a parte lucrativa é diferente, tem mais benefícios”, explica.
Atualmente, a Camaleão tem dois funcionários a tempo inteiro e outros colaboradores em regime de prestação de serviços. Questionado sobre as principais dificuldades de um empresário, Cláudio Leão dá uma resposta que ouvimos recorrentemente: “Todas as empresas se queixam do mesmo: os impostos são muitos. Vivo do que consigo faturar. Tem de se continuar sempre a investir e por isso também tenho outras vertentes que não tinha no início, para atrair outro tipo de clientes”, revela. A grande vantagem é “gerir tudo e não depender de terceiros”, mas isso pode também ser um peso. “Somos nós que temos de procurar o nosso próprio trabalho e, se ficarmos doentes, ninguém nos substitui. Faço o meu próprio horário, está tudo na minha mão, mas também trato de muitas áreas, como a administrativa e a contabilidade, é muito trabalho para uma única pessoa”, refere.
A ideia é “sempre crescer” e por isso já estão a trabalhar num novo site para divulgar os serviços mais recentes. “Vamos crescer com este investimento na impressão e quero começar a pensar noutro tipo de trabalhos”, afirma. Como conselhos para futuros empreendedores, diz: “Primeiro, vejam se o negócio é viável, façam um estudo de mercado e conheçam bem o local onde vão inserir-se. Não é fácil trabalhar para o comércio e indústria local”, salienta.