O trabalho dá saúde?

Altamente atentos ao Dia Mundial da Saúde Mental, fomos diretos ao assunto: o trabalho dá saúde? Porque às vezes é mesmo só isso que falta: uma pergunta simples com tempo para ouvir a resposta. Se quiser, pode responder “mais ou menos” ou “já esteve melhor”. É um bom começo.

Altamente atentos, então, no dia certo, com as pessoas certas. Reunimos a rede social e parceiros do concelho para conversar sobre saúde mental. World Café, uma técnica bastante simples: várias mesas, vários temas, gente a circular, a falar e a ouvir. Com café no meio (e os salgados maravilhosos da Fátima, que também ajudam). Joana Mimoso, psicóloga na Casa, resumiu os assuntos abordados e as conclusões: ultrapassamos os nossos próprios limites (como se fosse parte da profissão); rir devia contar como intervenção social; pertencer a uma boa equipa pode salvar um dia mau; e, talvez o mais importante, como é que podemos transformar o cuidado em cultura e não apenas num ato individual?

Foi a vida a acontecer. O Coro Olarilolé, e os participantes da oficina de improvisação musical da Casa, partilharam o seu trabalho e dedicação. Um bom exemplo de autocuidado através da expressão artística e participativa. Adoramos estar juntos!

Paula Pinto, autora do manual altaMente – uma espécie de guia de saúde mental em contextos de intervenção social, apresentou o livro como um guia “portátil e acessível”. “Se nós cuidarmos da nossa cultura interna, das relações dentro das equipas, podemos realmente proteger e promover a saúde mental no trabalho”. E convida à criação de uma cultura de cuidado, “onde cuidar não é só um ato individual, mas um compromisso coletivo”. “Espero que o usem. Que o partilhem. Que o tragam para dentro da instituição, mas também para casa, para a vida. Há partes ali que servem para qualquer pessoa, em qualquer profissão.”

Coragem para, no meio do caos, parar dois minutos e perguntar com vontade de ouvir:
“Como vai a tua vida?” Porque é mesmo por aí que se começa.

AltaMente atentos. E agora, mais preparados.